segunda-feira, julho 02, 2012

Não permitir a 'domesticação' da Festa



Foi um serão agradável aquele que reuniu há dias em Braga algumas pessoas ligadas à Universidade do Minho (mas não só) e alguns sobradenses, dois dos quais residindo há largos anos na cidade dos Arcebispos, e tendo como motivo o filme "Bugiadas", realizado por Ângelo Peres, em 1977.
A sessão teve início com o visionamento do vídeo promocional da Festa de S. João de Sobrado que esteve até este fim de semana no espaço do Turismo Porto-Norte, no aeroporto Sá Carneiro, em Pedras Rubras. Foi a forma de "abrir o apetite", por assim dizer. Seguiu-se uma sumária apresentação da festa e uma igualmente sumária apresentação do filme, feita pelo realizador, presente na sessão.
Após a projeção do filme, seguiu-se um período de comentários e debate. Deste é de realçar uma pergunta sobre se os reconhecimentos e registos a que a festa está a ser submetida e que poderão culminar com a candidatura a património imaterial da UNESCO não correrão o risco de rigidificar, domesticar e "turistizar" uma tradição com o seu lado irreverente, subversivo e crítico. A conversa foi no sentido de reconhecer que esse risco existe e existirá, mas que há também, em Sobrado, a consciência dele e a vontade de não se deixar domesticar ou tornar num produto para turista ver. Para tal, é importante continuar a apostar numa festa que é, antes de mais dos e para os sobradenses, o que não significa que não se cuide de acolher e tratar bem quem se interessa pela tradição e visita a vila de Sobrado.
É esse o desafio que fica desta sessão bracarense.
(Crédito das fotos: Ângelo Peres)

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