quarta-feira, junho 22, 2005

Generoso Ferreira das Neves, Juiz da Festa 2005
- Uma história de vida marcada pelo S. João


GenerosoGeneroso Ferreira das Neves, nascido em Sobrado, Valongo, no dia 26 de Setembro de 1929, é o Juiz da Festa deste ano, em honra de S. João. Empresário bem sucedido no Brasil, para onde emigrou em 1959, mantém uma estreita ligação com a sua terra natal, que jamais deixa de visitar, sempre que se desloca a Portugal.
Desde há cerca de 20 anos que faço questão de estar em Sobrado por altura dos festejos em honra de S. João. Não só porque nasci aqui, mas também porque me permite reviver tempos idos, quando me vi no papel de mourisqueiro, então ainda solteiro, e depois, já casado, também como bugio, tendo ocupado vários cargos”, começou por destacar.
Generoso Ferreira das Neves justificou ainda a sua presença “obrigatória” na festa de Sobrado com um acontecimento marcante da sua vida:
A minha devoção pelo S. João aumentou consideravelmente a partir de 1992, quando o meu filho Cassiano foi sequestrado no Brasil. Ao contrário do que vinha sucedendo, nesse ano, decidi partir para Paris, alguns dias antes do S. João, com alguns familiares e amigos. Estava na capital francesa quando recebi a notícia do rapto e sequestro. Fiquei desesperado e, então, pedi muito ao S. João para que o meu filho fosse devolvido são e salvo, como de facto acabou por suceder. A partir daí, nunca mais deixei de estar presente no S. João de Sobrado. E mais: faço questão de ser o juiz da festa, de cinco em cinco anos, enquanto viver”.
O nosso interlocutor recordou ainda alguns episódios que atestam a sua profunda ligação a Sobrado e ao S. João:
Há mais ou menos 20 anos, apercebi-me que o relógio da torre da igreja estava parado e ofereci-me para pagar a reparação (50 contos), gesto que foi destacado pelo padre na missa do domingo seguinte e que fez com que toda a gente ficasse a saber quem eu era, embora eu nunca tenha pedido o que quer que fosse ao padre; depois, quando me casei pela segunda vez, no Brasil, há 38 anos, a cerimónia teve lugar na Igreja de S. João, em São Luís do Maranhão; e, por último, foi ainda por meu intermédio que o meu sócio e amigo do coração Jacob Barata se ofereceu para custear o elevador da Casa do Bugio (cerca de 3500 contos).”
Este ano e na qualidade de juiz da festa, Generoso Ferreira das Neves faz-se acompanhar de D. Franci, sua esposa, de sua filha Cristiane e seu genro Bruno (recém-casados), do seu filho mais velho Generosinho e esposa, e ainda dos seus sócios Jacob Barata e filho e Salviano Valente, que considera “seus irmãos, não de sangue, mas do coração”.

(Colaboração especial do jornalista Manuel Neto, a quem agradecemos).

3 comentários:

tsiwari disse...

Estas histórias ajudam a compreender a forte ligação a uma terra, às suas gentes e tradições. O reviver dos espaços que preenchem o canto doce das memórias pode ser a razão. Ou então, um episódio mais aflitivo da vida a justificar uma fé tão profunda num santo que ficou lá na terra.


Interessante, comme d'habitude.


P.S. O nome do senhor deve ser emendado no título. A tecnologia atraiçoa-nos por vezes... ;)

Manuel Pinto disse...

Obrigado pelas palavras e pela correcção.
MP

Benilde Silva disse...

Sr. Generoso,
O meu nome é Benilde Silva. Sou sobrinha do saudoso Salviano Lopes Valente..... Estivemos muitas vezes juntos em agradáveis convívios, na Caváda, em Ovar, na casa da minha avó Rosa..... Belos tempos!..... Gostaria muito que o Senhor me enviasse seu E'mail e o do Sr. Jacob Barata. Por favor pode enviar através do endereço "lilamay.lila@gmail.com".Um abraço para si e toda sua família. Muito obrigada! Benilde