quarta-feira, junho 29, 2005

Onde está a crise?

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A edição de Junho do mensário "Alô Sobrado" concede um destacado e justo espaço à Festa de S. João de Sobrado, com textos de opinião e entrevistas ao Reimoeiro e ao velho da Bugiada. São documentos importantes para registar, que passam a fazer parte da memória da Festa. Mas perpassa em alguns passos desses trabalhos a ideia de que a Bugiada, em particular, está afectada por grave crise, chegando-se a defender a necessidade de um "ano zero da nova Bugiada". Diz-se aí que a tradição já não é o que era; que já não há ordem e se estão a diluir os rituais. Em resumo que existe uma "descaracterização da festa".
Se existe tal opinião, é bom que ela seja não só manifestada, mas também justificada. Ou seja, apoiada em argumentos. Há muitos bugios e alguns andarão longe do espírito da Festa? Provavelmente. Mas há muitos outros para quem a "paixão" continua a ser o critério primeiro de participação. Por exemplo, a festa deste ano teve uma participação de Bugios e Mourisqueiros ao nível dos anos anteriores e, tanto quanto se sabe, decorreu da melhor maneira, com muita dignidade e brilho. Incluindo nas "Estardalhadas" e na "Dança do Cego", como reconhece, por exemplo, Marco Vaqueiro, no blogue "Sobrado".
Que há aspectos a melhorar? Que há necessidade de se prestar a maior atenção para que a tradição não se adultere? Parece-me que sim. Mas, sinceramente, não consigo ver onde está a crise.

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