sexta-feira, janeiro 01, 2010

O que podemos esperar no ano de 2010

Sobrado precisa de dar outra projecção à sua festa maior. E dada a relevância da tradição e o seu significado nos planos local, regional, nacional e mesmo internacional, é tempo de pensar de forma ambiciosa no futuro. Como diz a canção, "quem sabe faz a hora, não espera acontecer" e o início de um novo ano é tempo propício a fazer planos, renovar propósitos, preparar o futuro.
De uma coisa estou seguro: sem os sobradenses e as suas organizações associativas e as suas estruturas (autárquicas, religiosas, culturais e sociais) nada se fará de consistente. E a Associação da Casa do Bugio deve ter um papel insubstituível de dinamizadora e catalisadora.
Mas também é certo que Sobrado precisa de reunir outras forças e energias, para atingir objectivos de preservação e projecção da festa de S. João.
Neste quadro, aos poderes autárquicos municipal e de freguesia cabe um contributo incontornável. Como todos sabemos, houve, em 2009, eleições para os órgãos de poder local e todas as principais forças políticas assumiram compromissos relativamente a uma festa que é, também, o marco de referência do feriado municipal de Valongo. É tempo, pois, de retomar os compromissos assumidos, tanto pelos que venceram como pelos que perderam, mas assumiram responsabilidades nas assembleias e nos órgãos executivos.

De entre as propostas que vieram a lume, algumas delas reafirmadas em reuniões havidas com os dirigentes da Associação da Casa do Bugio), recordamos:
  • Definir um plano estratégico de divulgação da Festa, que aposte na sua projecção regional, nacional e na Galiza (cand. independente).
  • Resolver o problema da legalização do edifício em que se encontra instalada a Associação da Casa do Bugio, imprescindível para que a Associação possa concorrer a financiamentos (cand. PSD/CDS);
  • Participar nos encargos das obras de recuperação/acabamento do mesmo edifício (de resto esta promessa de participação nos encargos das obras é também assumido pelo programa da mesma coligação para a Junta de Freguesia de Sobrado) (PSD/CDS e PS);
  • Apresentar junto da UNESCO, uma candidatura da Festa da Bugiada e Mouriscada a Património Cultural Imaterial da Humanidade (cand. PS);
  • Estudar a utilização das instalações da Casa do Bugio para fins comunitários, designadamente para a instalação do Museu Etnográfico (de que a Bugiada e Mouriscada seriam um significativo núcleo), que faz parte das promessas do PSD/CDS para Sobrado (PSD/CDS);
  • Assegurar que todas as iniciativas camarárias relacionadas com a Festa de S. João de Sobrado sejam realizadas em parceria com a Associação da Casa do Bugio (para tal seria assinado um protocolo genérico) (PSD/CDS);
  • Passar a apoiar mais a Festa, no que diz respeito a parques de estacionamento, transportes, etc (PSD/CDS).
  • Incentivar a abordagem e estudo da Festa no quadro de projectos a desenvolver num Centro Municipal de Recursos Educativos a criar (cand. independente).
Entendemos estas ideias como compromissos que vinculam, antes de mais, quem os assumiu. Mas não gostaríamos de ver esta festa transformada em motivo de guerilhas políticas. O S. João de Sobrado merece que haja opções claras de política autárquica a seu respeito, mas não deve ser pretexto para politiquice. Pelo contrário, julgo que não será difícil detectar um certo consenso em torno de algumas linhas daquilo que de mais urgente se torna fazer. É natural que não se possa esperar que tudo seja implementado de imediato. Mas uma política cultural nos planos municipal e de freguesia, digna desse nome, deveria, de imediato, definir uma estratégia e programar um calendário de acções em torno da festa, ouvindo quem deve ser ouvido. Estou seguro que haverá disponibilidade e vontade para apoiar tudo quanto for a favor da promoção da festa e do cumprimento dos compromissos assumidos.

Complemento:
Em próximos posts, irá reflectir-se aqui sobre as principais ideias que estão sobre a mesa, no sentido de apoiar eventuais iniciativas que venham a ser tomadas. Assim, gostaria de desafiar os leitores deste blog a darem contributos, nomeadamente sobre os seguintes pontos:
  1. Como deveria ser o Museu Etnográfico a instalar na Casa do Bugio? Como deveria ser a participação nele da Festa de S. João?
  2. Que estratégia de divulgação da Festa deveria ser seguida? Que sentido e alcance reveste a candidatura a património imaterial da UNESCO?
  3. Quais as utilizações a dar ao edifício da Casa do Bugio, uma vez legalizada e apetrechada?
  4. Qual o papel que a realização da Festa dos Bugios e Mourisqueiros deveria ter no quadro da política municipal para as áreas da cultura e do turismo?
(Fotos: Zazie/Cocanha e MP)

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