segunda-feira, maio 31, 2010

Fábrica Paroquial: desejo de colaboração não correspondido

Na última Assembleia Geral da Associação da Casa do Bugio foram prestadas informações sobre conversações havidas entre a Direcção da Associação e a Fábrica da Igreja Paroquial, com vista à cedência de terrenos pertença da Paróquia para instalação dos carroceis, no dia de S. João.
Como se poderá ver pela consulta dos documentos trocados entre as duas partes, e que abaixo se transcrevem, a Fábrica Paroquial não abdicou da pretensão de exigir que lhe fosse entregue metade do rendimento que venha a ser auferido pelo aluguer. O que faria todo o sentido, não se desse o caso de a Associação sempre ter facilitado, ao longo dos anos, a cedência do espaço da Casa do Bugio a grupos e iniciativas da Igreja, sem exigir qualquer montante em troca. E as necessidades de verbas que a Igreja diz ter também a Associação as tem, no exercício do seu compromisso de preservar e promover uma tradição que é parte integrante da identidade dos sobradenses.
Para que cada um se possa informar e avaliar por si próprio as razões que assistem a cada uma das partes, aqui se deixam cópias dos documentos de cada uma das partes.


Documento 1

Sobrado, 10 de Março de 2010

Ex.mo Sr. Padre Vicente
Pároco de Santo André de Sobrado
e Presidente do Conselho Económico da Fábrica da Igreja

A Direcção da Associação Promotora da Casa do Bugio e da Festa de S. João de Sobrado recebeu do Senhor Padre a mensagem sugerindo que se encontrasse com o Conselho Económico da Fábrica, na sua reunião do dia 8 passado.
Quando nos encontrámos com o referido Conselho, e perante a (já pré-anunciada) ausência do presidente, foi-nos dito que o melhor seria colocarmos a matéria que ali nos levava por escrito e que a resposta seria dada pela mesma via.
Escusado será dizer que teríamos preferido conversar directamente com o Conselho Económico da Fábrica e na presença do seu Presidente. Mas, uma vez tendo sido esta a sugestão dada, aqui estamos a colocar o nosso assunto.

1. Vimos solicitar ao Conselho, ao qual o Sr Padre Vicente, enquanto Pároco, preside, a cedência do espaço habitual, pertencente à Fábrica da Igreja, para aí instalar os carroceis e outras infra-estruturas de entretenimento, por altura da Festa de S. João de Sobrado deste ano de 2010.
2. Entendemos igualmente solicitar que essa cedência seja feita a título gratuito, fundados nas razões seguintes:
a. Este ano é a Casa do Bugio que organiza a Festa e esta Associação, da qual a Igreja também é sócia, carece vitalmente de realizar todas as economias possíveis para colmatar com toda a urgência os problemas de segurança que foram detectados no edifício-sede da Associação.
b. A Associação tem, desde sempre, manifestado toda a disponibilidade para ceder, sem quaisquer encargos, os seus espaços para iniciativas da Igreja ou de diversas das suas estruturas e serviços.
c. Do mesmo modo, esta Associação tem disponibilizado, sempre que necessário, e continuará certamente a fazê-lo, outro equipamento da Casa, para apoio a iniciativas e eventos ligados à Igreja, mesmo quando realizados fora da sua sede.
3. A Associação e a Igreja acordaram, em tempos, num protocolo de colaboração que traduzia, de parte a parte, este espírito de inter-ajuda e cooperação que a Associação da casa do Bugio deseja possa concretizar-se e mesmo intensificar-se.

Por todos estes aspectos, deixamos ao critério do Conselho Económico a ponderação sobre esta desejável cooperação e a anuência ao pedido que ora apresentamos.
Desde já manifestamos toda a abertura para prestar outros esclarecimentos ou informações que forem julgadas necessárias à apreciação desta solicitação.

Apresentamos cordiais saudações,

A Direcção da Associação da Casa do Bugio

Documento 2
(Clicar duas vezes na imagem para ampliar)



Documento 3

Sobrado, 15 de Abril de 2010


Rev.mo Sr. Padre Vicente
Pároco de Santo André de Sobrado
e Presidente do Conselho Económico da Fábrica da Igreja

A Direcção da Associação Promotora da Casa do Bugio e da Festa de S. João de Sobrado agradece a mensagem recebida do Conselho Económico da Fábrica, em resposta à solicitação de cedência a título gracioso do terreno pertencente à Igreja, para efeitos de instalação dos carroceis, na próxima festa de S. João.
Entendemos que a base de cooperação que tem existido da parte desta Associação, que nunca estabeleceu quaisquer quantitativos para a utilização do espaço da Casa do Bugio por parte dos serviços e iniciativas da Igreja, não justificaria esta decisão da V/ parte.
Pretendendo, no entanto, dar um sinal de compreensão relativamente às necessidades económicas com que a Fábrica da Igreja se debate, vimos, por este meio, apresentar uma contra-proposta, que se traduziria na entrega, por parte da Comissão de Festas de 15% do rendimento que vier a ser apurado com os carroceis.
Na expectativa da V/ resposta, aproveitamos a oportunidade para enviar cordiais saudações

A Direcção da Associação da Casa do Bugio

Documento 4




Documento 5

Sobrado, 4 de Maio de 2010

Rev.mo Sr. Padre Vicente
Pároco de Santo André de Sobrado

Recebemos a carta que, na qualidade de Presidente do Conselho Económico da Fábrica da Igreja, subscreve juntamente com o secretário, e à qual passamos a responder.
A Direcção da Associação Promotora da Casa do Bugio e da Festa de S. João de Sobrado vê-se na contingência de anuir às condições impostas por esse Conselho relativas à cedência do terreno pertencente à Igreja, para efeitos de instalação dos carroceis, na festa de S. João deste ano, e que se traduzem na entrega à Igreja de 50 por cento do montante apurado.
Dito isto, não deixamos de considerar que o quadro de cooperação assim instituído fica colocado em plano manifestamente insatisfatório. Entendemos que não colhe o argumento de que todas as comissões de festas, desde 2001, têm adoptado a prática dos 50%. E isto porque o Conselho Económico da Fábrica da Igreja de Sobrado, tanto em 2006 como neste ano de 2010, não está a lidar com uma simples Comissão de Festas, mas com uma Associação que tem procurado não apenas contribuir para a promoção da festa (que, como todos bem sabemos, traz indesmentíveis benefícios económicos à Igreja), mas também cooperar com diferentes estruturas e serviços desta Vila e da vida da nossa Paróquia. E nunca colocou a exigência de esses serviços serem pagos, no todo ou em parte, apesar das gritantes carências por que também passa a Associação e a sua sede.
Não é, de facto, assim que entendemos a cooperação e interajuda que, mesmo sem invocar o espírito evangélico, deveria, do nosso ponto de vista, pautar as relações entre nós.

Com os melhores cumprimentos,
A Direcção da Associação da Casa do Bugio

3 comentários:

Anónimo disse...

ACABEM COM AS CEDENCIAS DO N/ ESPAÇO COBREM E PAGUEM COM A MESMA MOEDA.
QUANDO O CONSELHO ECONOMICO ORGANIZA A FESTA DE S. JOÃO? MAS NÃO ESQUEÇAM QUE TAMBEM TEM QUE PAGAR 2.500,00 POR UTILIZAR O NOME DA COMISSÃO ORG. CASA DO BUGIO, MAS VAI SOBRAR MUITO DINHEIRO PARA ACABAR AS OBRAS, SEJAM BEM VINDOS...AFINAL NÃO ERA PARA SER ESTE ANO QUE ESTAVAM CHEIOS DE VONTADE? POIS AÍ ESTA CORAGEM SEJAM HOMENS...
VEJO EM SOBRADO CADA UM A OLHAR PARA O SEU UMBIGO E NÃO PARA A FREGUESIA E PARA OS SOBRADENSES.
SOBRADO É NOSSO NÃO ESQUEÇAM ISTO, COMEÇA EM PAÇO E ACABA NA BALSA.
VIVA SOBRADO.

São disse...

Não manifesto a minha admiração com tal desenvolvimento mas sim a minha consternação. Admitiria esta postura numa empresa que, perante a possibilidade de fazer render um terreno exigia uma " renda", agora da igreja!? POr onde andam os costumes cristãos tão apregoados nas homilias do nosso abade e que numa tão boa oportunidade de o demonstrar se vendem ,não pelas mesmas moedas de Judas, mas por 50%do valor auferido por uma associação que tem ajudado em tudo o que lhe é solicitado pela Igreja.
Ora meditando no assunto, chego a grande conclusão, que, mais uma vez faz-se justiça ao dito que nos caracteriza e " Anda tudo mesmo ao contrário", A Associação dá a face e a " Fábrica" da Igreja dá o beijo da traição quebrando um acordo.
Com isto, os homens bons da paróquia ( leia-se os leigos da fábrica da igreja e o seu presidente) mexem com o fogo e arriscam-se a queimar perante toda a freguesia.
Fossem todos do mesmo calibre ( como tantos anónimos o apregoam no blogue) e já teria a associação pedido 50% das esmolas que "caem" milagrosamente no prato da Igreja á custa de S. João milagroso. Quanto a mim, que me sinto, enquanto sobradense gostava de saber como responderia a fábrica da Igreja a uma proposta destas que, em meu entender está á altura da patifaria aqui apresentada.
Cordiais cumpriemntos,

Anónimo disse...

Caso não tenham reparado o nome do conselho é: "Conselho para os Assuntos Económicos", como tal naturalmente tratará de questões económicas da vida da Igreja Paroquial. Digam-me lá! Faz-se alguma coisa sem dinheiro? Esperimentem fazer a Festa do S. João sem pedir dinheiro às pessoas de Sobrado?! è que estamos em crise! mas os senhores das comissões de festas não dispensam queimar milhares de euros em fogo de artificio, em vez de acabarem a obra da Casa do Bugio, a mim, Sobradense, envergonha-me aquele museu por acabar!